A entrevista coletiva concedida pela governadora Fátima Bezerra (PT) à imprensa nesta quarta-feira (22), em defesa da reforma da Previdência, dominou os discursos dos líderes partidários durante a sessão desta quinta-feira (23) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Além disso, os deputados também cobraram ações por parte do Estado a favor da saúde pública.

Para Gustavo Carvalho (PSDB), “a governadora não achou pouco só falar sobre a importância da reforma, resolveu também alfinetar os deputados de oposição, que estão diariamente nas sessões da Assembleia, de forma responsável dizendo que votaremos a previdência em momento oportuno, com debates, discussões e democracia”.

“Estou consciente do meu papel. Questão do prazo é desculpa. Até hoje só 13 estados no Brasil aprovaram a reforma. Em MG não votará remotamente. Falei com líder do Governo na PB, que tem maioria imensa, mas está tendo dificuldades porque grande parte dos deputados tem entendimento que o prazo não fará com que estados percam nada. Não vai paralisar Oiticica, nem Passagem das Traíras. A desinformação é tanta que eles têm como obrigatória a implantação da reforma federal se o prazo for exaurido. A população já tem sentido quem tem falado a verdade”, disse Gustavo.

Em seguida, o deputado Getúlio Rêgo (DEM) também abordou a questão da Previdência. “O governo ignora ausência de debate da PEC. Do ponto de vista estratégico é compreensível para quem trabalhou contra a reforma em nível federal, promoveu passeatas para obstruir avanço da reforma. Se esconde hoje para se preservar”, afirmou o democrata.

Segundo Getúlio, os deputados de oposição querem oportunizar à governadora um debate presencial, “para mostrar a real face, de ser radicalmente contra e de repente mandar uma pior”.

A deputada Cristiane Dantas (SDD) foi mais uma líder a colocar em pauta a reforma da Previdência. Para a parlamentar, o grupo de oposição está definido a só votar presencialmente a matéria. “Sou a favor de reforma justa, onde possamos apresentar emendas, melhorar o projeto. As emendas da oposição não foram acolhidas na comissão da AL. Não tivemos participação no debate, precisamos de espaço para previdência justa aos servidores”, disse.

Saúde

Além da previdência, tanto Getúlio quanto Cristiane Dantas também destacaram problemas identificados por ambos na saúde pública do Estado. O democrata citou a situação “gravíssima dos portadores de doenças vasculares”. O deputado alertou para a crise “humanitária” que está ocorrendo.

“Estão impondo a esses pacientes sofrimento insuportável, dores que fazem desmaiar várias vezes ao dia e a progressão do agravamento da doença. É uma tragédia. Socorro aos pacientes internados em hospitais públicos, pessoas atendidas há mais de 30 dias no Ruy Pereira, com lesões pontuais e que agora estão perdendo membros. Reativem o setor para diminuir sofrimento das pessoas e até evitar óbitos”, disse.

Já Cristiane chamou a atenção para os pacientes psiquiátricos, que estão sem receber medicamentos e com o atendimento prejudicado, diante do fechamento de leitos para este fim no Hospital João Machado. As unidades foram direcionadas para atender casos de pacientes com Covid-19.

“A falta de medicamentos faz com que pacientes entrem em surto e precisem buscar internação no hospital João Machado. Isso preocupa, porque muitos leitos foram desativados, a porta de entrada passou a ser as UPAs, o que dificulta paciente com surto ir a UPA para ainda fazer encaminhamento. Nesse hospital que era destinado para pacientes psiquiátricos, foram abertos leitos para tratar da Covid-19, onde poderiam ser destinados a outros hospitais em outros municípios. Fica aqui toda nossa indignação pela falta de atendimento a esses pacientes. Deram outra destinação ao João Machado, erroneamente na nossa opinião”, criticou a deputada.
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