O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte vai retomar as aulas de forma remota. A medida foi anunciada em resolução publicada pelo Ministério da Educação nesta quarta-feira (12), assinada pelo reitor pro tempore do IFRN, professor Josué Moreira.
O documento autoriza "em caráter excepcional, o uso do Ensino Remoto Emergencial em todos os cursos, enquanto durar o período de distanciamento social em virtude da pandemia do novo coronavírus".
Foi aprovada também a retomada do calendário acadêmico do ano letivo 2020 e das atividades de ensino, pesquisa e extensão, no âmbito do IFRN. O calendário para retorno das aulas de forma remota será elaborado por comissão designada em publicação anterior.
Quatro datas foram pensadas - 31 de agosto, 14 de setembro, 21 de setembro e 30 de setembro. Segundo Josué Moreira, a reitoria pode autorizar o retorno às aulas, mas não pode obrigar. Disse ainda que a reitoria está sugerindo que os 21 campi retornem de acordo com suas realidades e necessidades, escolhendo uma dessas datas.
De acordo com o reitor pro tempore, seis unidades sinalizaram que têm a intenção de retomar as aulas nessas datas. Foram criadas ainda duas comissões para tratar de estratégias e do calendário.
Entre os argumentos para a retomada das aulas, o Conselho Superior do IFRN considerou "a importância de contribuir com as famílias na retenção das crianças e adolescentes no seio doméstico e familiar, sendo a continuidade dos estudos em confinamento domiciliar uma possibilidade para conter a disseminação do Covid-19".
Um dia depois de protesto
A decisão do IFRN foi anunciada um dia após protesto realizado por estudantes contra a intervenção na instituição, que dura mais de 100 dias. Na ocasião, policiais militares chegaram à reitoria e usaram spray de pimenta para dispersar o grupo. Um vídeo mostrou a ação dos policiais.
Em nota, o reitor pro tempore Josué Moreira afirmou que está sempre aberto ao diálogo "mas a forma como a tentativa de conversa foi realizada foi lamentável, pois eles invadiram a reitoria". Ele diz ainda que o que os estudantes "vieram fazer aqui não foi reivindicar a questão da volta às aulas, na verdade, estão reivindicando outras coisas, alinhadas a ideais estritamente políticos".