Além do impacto da minirreforma eleitoral que impede a formação de coligações proporcionais às campanhas de reeleição dos deputados estaduais – George Soares, Kleber Rodrigues e Ubaldo Fernandes – e do próprio presidente da Executiva Estadual do PL, deputado federal João Maia, vai se discutir o rearranjo político em função do apoio à administração da governadora Fátima Bezerra (PT), que também buscará a reeleição no ano que vem.
Até o começo da noite de ontem os três deputados do PL aguardavam a confirmação do horário e local da reunião, que deve ocorrer pela manhã, em Natal, na residência do presidente estadual do partido, o deputado federal João Maia.
Ex-líder do governo na Assembleia, o deputado George Soares diz que, pessoalmente, não pode antecipar um posicionamento, porque “as coisas estão acontecendo muito rapidamente”, bem como não conversou ainda com seus colegas de bancadas e nem com os prefeitos do partido: “Não quero me antecipar para não cometer erros e não trazer informações que não sejam concretas, porque o partido ainda não se reuniu para tratar absolutamente nada”.
George Soares avalia, por exemplo, que as mudanças ocorridas na legislação eleitoral precisavam de um período para adequação, porque fazer uma reforma eleitoral, “ela precisa de prazos, pois se uma regra (fim das coligações) não repercutiu bem na eleição de vereador (2020), todo mundo teve dificuldade para montar partido e fazer chapa de vereador no interior”.
Como já se tinha essa informação, segundo Soares, “podendo ter mudado ou melhorado, criaram limites para a regra que já estava ruim na época da campanha de vereador — o candidato a deputado só concorre se atingir 20% dos votos do coeficiente eleitoral e o partido se não atingir 80%, também não participa da distribuição das vagas”.
Para George Soares, alterações na legislação eleitoral são válidas, “mas precisam de um tempo de maturação, um partido não se constrói em semanas ou meses, constrói em anos”.
George Soares reafirmou, que não podia antecipar os fatos em função de decisões partidárias que foram tomadas em nível nacional, não é uma coisa em nível estadual - “como a gente costuma dizer, foi de cima pra baixo, mas respeitamos, qual é o partido que não quer ter a figura de um presidente da República, isso não é só o PL, qualquer partido faria”.
Mas, George Soares afirma que tem de avaliar agora os próximos passos do partido. No caso do Rio Grande do Norte, onde o partido passou três anos apoiando o governo do Estado, “o sentimento que tenho ouvido da minha base dos aliados e amigos, essa briga não é do deputado George”.
No entanto, Soares disse que “não sabe quais foram as diretrizes para os estados”, mas não vê problema nenhum em apoiar o governo ou votar matérias do interesse do Executivo na Assembleia: “Sempre tive uma posição na Casa de apoiar o Rio Grande do Norte, se pegar minhas votações no governo Rosalba Ciarlini (2011/2014) e durante o governo Robinson Faria (2015/2018), em que eu era oposição, não estão distantes do comportamento que estou tendo com as votações da governadora Fátima Bezerra”.
O deputado Ubaldo Fernandes disse também que do seu ponto de vista pessoal, o posicionamento do PL em relação à base de apoio ao governo Fátima Bezerra “não mudará nada”, pelo menos até o fim deste ano.
Porém, Ubaldo Fernandes diz que a reunião de hoje com João Maia é importante para “abrir o diálogo para ver como vamos nos comportar em relação ao nosso futuro político” em nível estadual, “até porque a política está muito abstrata em relação a candidaturas ao governo do Estado”.
Fernandes alerta que “não temos todos os palanques formados para decidir neste momento, vamos esperar os próximos passos”.
Já o deputado Kleber Rodrigues diz que vai aguardar o pronunciamento do presidente estadual do PL, a fim de tomar uma posição política em relação a alinhamento político com o governo estadual num ano eleitoral: “É isso que quero escutar de João Maia, como é que vai ficar a questão regional”.
Rodrigues admite que, no caso dele, não vai mudar muita coisa em relação ao governo Fátima Bezerra: “O que for bom para o Estado tem meu voto, pode ser de qualquer lado, sempre teve isso e vai continuar assim”.
Tribuna do Norte