“Enquanto mulheres e mães temos um papel e uma responsabilidade ainda mais importante: educar os meninos para respeitarem a igualdade de gênero e de direitos, porque temos que admitir que ainda existem mulheres contaminadas com o machismo na sociedade”, afirmou a deputada Cristiane Dantas, que preside a Frente na ALRN.
A deputada também lamentou o caso do parlamentar paulista que afirmou que as mulheres ucranianas “são mais fáceis porque são pobres”. Para ela, é difícil para as mulheres chegarem a mais uma data e ter que lidar com tantas adversidades: “É misógino, lastimável e repulsiva a declaração, especialmente vinda de um parlamentar brasileiro. Devemos ter empatia com as mulheres ucranianas, porque mesmo separadas por quilômetros de distância, também somos atingidas por sua dignidade como ser humano ter sido violada”, criticou a parlamentar.
Eudiane Macedo, vice-presidente da Frente Parlamentar, disse que muitas mulheres ainda não estão a par dos seus direitos. A deputada defendeu a ocupação de espaços públicos, como é o caso da política, pelas mulheres. “Para que mais projetos de lei possam existir e ser aprovados, beneficiando as mulheres”, disse a deputada.
A parlamentar citou que muitas natalenses desconhecem, por exemplo, a Lei da Importunação Sexual dentro dos Transportes Públicos. “É importante que os homens também entrem nessa luta junto conosco. Temos que ter essa consciência da importância de se ter mulheres no Legislativo e no Executivo”, afirmou.
Em seu breve pronunciamento, a diretora administrativa e financeira da Casa, Dulcinéa Brandão, afirmou: “Vamos comemorar toda exaltação e reconhecimento às nossas lutas, pois somos merecedoras de respeito, parabéns e todas as homenagens, não somente nesse mês, mas em nosso dia a dia”, disse a diretora.
Diretor da Escola da Assembleia, o professor João Maria de Lima destacou a importância da educação como forma de fortalecimento das mulheres. “A Educação é uma forma da mulher combater a violência doméstica e através da qual a mulher pode trilhar novos caminhos”, disse.
O painel sobre protagonismo feminino teve participação da bancada feminina da Casa, da professora Udymar Pessoa, da jornalista Kênia Raissa, fundadora da Rede Mulheres que Marcam e foi mediado pela jornalista Juliana Celli. O deputado Subtenente Eliabe (SDD) também teve participação no debate chamando atenção para questões relativas à segurança.
A professora Udymar Pessoa, pesquisadora da Participação Política das Mulheres no RN, foi quem proferiu a aula inaugural com o tema: “Nísia Floresta, que mulher é essa? Quem é essa mulher?” Durante a explanação, ela disse que Nísia protagoniza vários pioneirismos e é uma referência para o mundo, seja na literatura ou como precursora dos ideais feministas, entre outros.
A pesquisadora afirmou que sua importância é algo que a passagem do tempo só confirma e engrandece. “Ela é a maior referência de coragem, rompeu barreiras e quebrou paradigmas”, afirmou Udymar.
A professora também citou dados da história pessoal de Nísia, que foi forçada a se casar aos 13 anos, por causa dos costumes da época. Em 1838, funda, no Rio de Janeiro, um dos primeiros colégios exclusivos para meninas, o Colégio Augusto. A legislação brasileira previa escolas femininas desde 1827, porém o ensino era limitado à educação do lar. O Colégio Augusto, então, previa as mesmas aulas que os meninos recebiam, como matemática, português e história. “Nísia é referência para o mundo e é nossa”, disse Udymar.