BRASÍLIA — O salário mínimo em 2020 deve ficar menor que as projeções inicialmente divulgadas pelo governo federal. A previsão é que o valor seja de R$ 1.030. O Orçamento do ano que vem encaminhado ao Congresso Nacional previa que o piso nacional fosse de R$ 1.039.
A diferencia é explicada por uma previsão menor de inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), apurado pelo IBGE, que costuma reajustar os salários. A previsão oficial do governo caiu de 4,02% para 3,26%, em um documento divulgado há duas semanas. Com isso, também caiu a previsão de aumento do piso nacional.
Atualmente, o salário mínimo é de R$ 998. Mesmo assim, essa será a primeira vez que o piso, que serve de referência para mais de 45 milhões de pessoas, ficará acima da marca de mil reais.
O governo decidiu aplicar apenas a correção pela inflação para o salário. Não haverá, portanto, ganho real.
Até este ano, o salário mínimo era reajustado pelo INPC mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, garantindo ganho acima da variação do custo de vida, quando a economia cresce.
Em 2017 e 2018, por exemplo, foi concedido o reajuste somente com base na inflação, porque o PIB dos anos anteriores (2015 e 2016) teve retração. Por isso, para cumprir a fórmula proposta, somente a inflação serviu de base para o aumento.
O salário mínimo menor vai ajudar as contas do governo em 2020. Cada R$ 1 pago representa um gasto extra de R$ 300 milhões. O espaço fiscal vai ser usado para ajudar a aumentar os gastos com investimentos no próximo ano, segundo a União.