Segundo a Polícia Civil, o objetivo era soltar pouco mais de 20 presos ligados ao "novo cangaço", como são conhecidos os grupos criminosos especializados em ataques a bancos e carros-fortes.
"A gente tinha conhecimento desse plano desde janeiro. Essa é a terceira vez que eles tentam organizar algo do tipo, porque ao longo dos últimos quatro ou cinco anos prendemos a maioria dos criminosos especializados nesses crimes e outros foram mortos em confronto", afirmou o delegado Erick Gomes, da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor).
O arsenal foi encontrado após a prisão de um suspeito de assalto a bancos, carros-fortes e tráfico de drogas em Alexandria, na região Oeste potiguar, no último sábado (17). Segundo a Polícia Civil, o homem levou as equipes até o local em que o material estava enterrado, na beira de um rio.
Porém, de acordo com o delegado, a Polícia Civil ainda procura pelo menos mais dois esconderijos com arsenal parecido. Gomes explicou que normalmente as quadrilhas distribuem o material em pelo menos três locais separados. Por isso, ele acredita que ainda exista um vasto arsenal em poder dos criminosos.
Ainda de acordo com a polícia, as quadrilhas especializadas em roubo a banco também fazem parte das facções criminosas que operam o tráfico de drogas. "Com o dinheiro roubado nos ataques a bancos, eles compram mais drogas e duplicam ou triplicam esse dinheiro", afirmou o delegado.
O homem preso em Alexandria, exemplificou, já havia sido preso pela Polícia Federal por tráfico internacional de drogas, e responde a pelo menos 10 processos judiciais. Segundo a polícia, como ele é um dos mais antigos em atividade, acabou assumindo a liderança do grupo no estado.
Um dos crimes com participação dele seria um ataque a bancos em outubro de 2020 no município de São Paulo do Potengi. Na operação de sábado (17), outro suspeito foi preso em João Pessoa.
Alcaçuz
A Penitenciária de Alcaçuz é o maior presídio do Rio Grande do Norte. Em janeiro 2017, a unidade se tornou mundialmente conhecida por causa de uma guerra campal entre membros de facções criminosas rivais que culminou no massacre de 27 pessoas. Durante vários dias, o estado perdeu o controle sobre o presídio.
O número de vítimas foi atualizado em novembro de 2019, quase três anos depois, quando a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a matança e anunciou o indiciamento de 74 pessoas por homicídio, entre outros crimes, como destruição do patrimônio público e associação criminosa. Até então, a informação oficial era de 26 mortes.
A penitenciária Rogério Continho Madruga é anexa ao complexo de Alcaçuz e conhecida como pavilhão 5.
G1RN